Baleias, máquinas do tempo, bombas atômicas russas e Cyndi Lauper

| por Zildo Zukovyper Valhares (edição e revisão: Waldomiro Vitorino)

Responda rápido: o que baleias, máquinas do tempo, bombas atômicas russas e Cyndi Lauper têm em comum? A resposta é Nicholas Meyer. 

Em 1979, quando este que vos escreve tinha apenas 1 ano de idade, Nicholas Meyer dirigiu seu primeiro filme: Time After Time. O enredo se baseava num livro homônimo (de autoria de Karl Alexander) que narrava uma história na qual o autor britânico H.G. Wells realmente conseguia construir uma máquina do tempo a fim de voltar no passado e perseguir o perigoso Jack, o Estripador. 

Três anos depois, Meyer seria chamado para ajustar o roteiro e dirigir aquele que é considerado por muitos o melhor filme de Star Trek. A Ira de Khan foi conduzido como uma aventura naval, com objetivo claro de tentar arrumar a franquia depois do questionável Star Trek: The Motion Picture. E o retorno veio aos milhões (de dólares principalmente).  

No ano seguinte, 1983, o medo da devastação por armas nucleares soviéticas era suma realidade no cotidiano, o que moldou a cultura pop. O diretor lança naquele ano The Day After, telefilme que mostrava o que aconteceria logo após uma hecatombe nuclear.  

Então pulamos para 1986, quando Nicholas Meyer novamente é chamado para dar uma ajuda em Star Trek. The Voyage Home teve todo o enredo do segundo ato (a volta ao passado da tripulação da Enterprise em busca de um casal de baleias) roteirizado por ele, que afirmou ter utilizado muitas das ideias que foram rejeitadas em seu filme anterior de viagem no tempo, Time After Time. Há ainda, de modo mais jocoso, uma referência ao medo soviético, na figura caricata de Chekov e seu impacto nos americanos da época. 

Por fim chegamos a 1991, dois anos após a queda do Muro de Berlin, com Star Trek VI: The Undiscovered Country. Escrito e dirigido por Meyer, o filme trazia o Império Klingon em frangalhos após a explosão da lua Praxis (palavra grega que significa “ação ou conduta, algo que se opõe à mera teoria”). A metáfora era clara: os soviéticos já não representavam o inimigo atômico, mas um futuro aliado, ainda que facções de ambos os lados quisessem prolongar a Guerra Fria. Meyer desceu com muito carinho e respeito a cortina que encerraria a carreira do Capitão Kirk e sua tripulação, encerrando também sua participação na franquia.  

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O leitor astuto deverá agora se questionar: e Cyndi Lauper? Pois bem, a famosa e expoente cantora pop da década de 80 escreveu uma canção baseada no primeiro filme de Nicholas Meyer, também intitulada Time After Time. Nela, Lauper faz uma reflexão sobre as memórias perdidas, flashbacks e desencontros no tempo. 

PS: curiosamente, o protagonista de Time After Time é Malcolm McDowell, que anos depois interpretaria o vilanesco (e doido) Doutor Tolian Soran, de Star Trek: Generations.


Zildo Zukovyper Valhares    


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